"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Melancolia

Existe uma melancolia deliciosa em terminar um livro, no meu caso encerrei uma trilogia maravilhosa quando terminei de ler o último livro da Trilogia Mundo de Tinta escrito por Cornelia Funke.
Terminei a aventura no início de Janeiro, mas procrastinei a escrita na tentativa de guardar em mim um pouco mais das palavras e das belezas do livro antes de compartilhar. Admito, é uma atitude um pouco egoísta, porém, sempre em tempo, escreverei algumas breves linhas sobre o livro agora.
Morte de Tinta surpreende. Primeiro por sua densidade e complexidade apesar de ser catalogado como livro infanto-juvenil, depois pelas escolhas estilísticas da autora, pela criatividade e sensibilidade que uma história de fantasia necessita e que são especialmente exploradas neste último volume da série, e enfim, pelo sentimento de continuidade que a obra deixa em seu leitor. A trilogia como um todo é fantástica, a autora dá pequenos mergulhos nas almas dos personagens, permitindo-nos ter um vislumbre da complexidade que cada um deles carrega. Não conhecemos inteiramente cada um deles, eles nos surpreendem, mesmo em um livro final onde as ações poderiam já ser previsíveis. Personagens antes odiados se tornam apaixonantes - e outros que eu amava passei a odiar -, Cornelia Funke conseguiu reter nas letras a ambiguidade que vivenciamos no mundo, conseguiu traduzir as decepções de corações jovens e a beleza de amores antigos.
O livro é fantástico, fecha de forma brilhante a aventura do primeiro e deixa-me como um gostinho de quero mais na boca.