"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um livro infantil e sua bela metáfora

Você sabia que os pássaros são um dos tipos de animais que melhor cuidam de seus filhotes? Eu não sabia que disso, mas Jackie Corvo sabia. Ele não poderia escolher ser nenhum animal que não cuidasse bem de seus pequeninos, ele amava Lizzie demais. No início ela não conseguia compreender o que se passava na cabeça de seu pai, por que ele tinha inventado de ser pássaro, ou melhor, homem-pássaro. Ela se preocupava com seu pai.  Lizzie demorou para perceber que mesmo como pássaro seu pai tinha escolhido cuidar dela da melhor forma possível. Quando ela percebeu esse amor do pai ela parou de ouvir tudo que lhe dizia que tinha algo de errado com seu pai, embarcou com ele na aventura. Criaram então um ninho, construíram outro par de asas e sonharam sonhos de passarinhos.
"Meu pai é um homem-pássaro" é um livro formidável escrito por David Almond e ilustrado lindamente por Polly Dunbar. Chamou minha atenção o título e a crítica. Certamente foi escrito para crianças - as mais velhas, pois é um pouquinho grande - e a história, que tem seu início cheio da tristeza e da solidão de um pai viúvo, chega ao fim com a alegria  que o amor inexplicável entre pai e filha tem poder de trazer. A tristeza aparente da história não se concretiza, inclusive a ilustradora utilizou muitas cores, fez desenhos muito alegres e divertidos. Durante a história devo admitir que derramei uma ou duas lágrimas discretas. Pensei em como eu e meu pai costumávamos entrar um na imaginação do outro, vivenciando juntos algumas belas aventuras, como Lizzie faz com seu pai ao descobrir que ela não é apenas Lizzie, ela é Elizabeth Corvo. A diferença entre Elizabeth e seu pai diminuiu e a distância desistiu transformando-se em estrada para um belo reencontrar-se, um na imaginação do outro. O diferente e estranho tornou-se menos importante quando Lizzie e o pai perceberam quanto eles se amavam e então nada mais era mais importante do que estarem juntos. Tem jeito mais alegre de terminar o livro? Bem, tem como completar a alegria, mas não vou contar o final...

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