"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Presente esperado...

E eu dei sorte no amigo oculto de ano-novo.
Existem algumas possibilidades no amigo oculto de ano novo:
1 - tirar alguém da minha família que sempre sabe o que eu quero
2 - Tirar a única amiga que se arrisca a me dar livros
3 - ter certeza de que todos os outros escolherão outras coisas para me presentear.

Felizmente meu pai me tirou. E mais feliz ainda fiquei, ele sabia exatamente o que eu queria.


Em homenagem a isso, postarei logo abaixo alguns trechos de uma entrevista feita com a autora.
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CORNELIA FUNKE: A fantasia

Escrito por Rainer Stumpf (Revista "Deutschland")
Ter, 25 de Março de 2008 21:00
Ela é a autora infanto-juvenil mais bem-sucedida da Alemanha: milhões de jovens mergulham no seu mundo mágico em todo o mundo. Em 2008, “Coração de Tinta” chega também aos cinemas.

“Choveu naquela noite, uma chuvinha fina, murmurante”. Sra. Funke, que acha desta frase?


Tenho de admitir que ainda me agrada muito. Lida em voz alta, dá um gosto muito bom na língua.

Com as primeiras palavras do seu livro “Coração de Tinta”, a senhora tirou o segundo lugar no concurso das melhores frases iniciais da literatura infanto-juvenil da fundação Stiftung Lesen. Quanto tempo necessitou para elaborar a frase?

Segundo me lembro, não necessitei muita elaboração. Ela já se apresentou quase exatamente assim, sem maiores cerimônias.

Agora, os personagens de “Coração de Tinta” chegam ao telão. Em 2008, será lançada em todo o mundo a versão cinematográfica de seu best-seller, filmada por Hollywood. Qual é a sua sensação, quando vê agora os personagens da própria imaginação num filme?


Não é a primeira vez que tenho esta experiência, mas desta vez tive uma participação muito maior, o que torna tudo ainda mais excitante. Duas experiências foram especialmente impressionantes: em primeiro lugar, entrar na aldeia de Capricórnio e, de repente, ser rodeada por seus homens sinistros, todos querendo meu autógrafo num livro. E então, chegar aos estúdios Shepperton e ver Dedo Empoeirado lá, na chuva entre árvores, com uma marta chifruda no ombro – e pensar: céus, ele é exatamente como eu o imaginei.


E como a senhora imergiu na trilogia do “Mundo de Tinta”?


Tudo começou quando eu quis evocar personagens de livros. Todo leitor conhece a sensação de que tais figuras parecem freqüentemente mais vivas que as pessoas que nos rodeiam na vida real. É que podemos olhar profundamente nos seus corações. Então juntou-se a idéia de que elas podem ser extraídas pela leitura. Uma idéia que está muito próxima de mim, pois admiro muito a arte da leitura em voz alta.

O que a senhora escreve, entusiasma milhões de jovens leitores em todo o mundo. Como sabe tão bem o que as crianças e jovens querem ler? Busca inspiração nas crianças?

Naturalmente que sim. Entre outros, nos meus filhos. No mais, escrevo simplesmente o que me dá prazer de contar. E, por sorte, isto agrada a muitos leitores.

Como e quando surgem então as idéias para as suas histórias?

Sempre e em toda parte. Por esta razão, trago sempre um bloco de anotações comigo e tenho um ao lado da minha cama. Uma caneta também é necessária, naturalmente.

Contudo, principalmente a sua trilogia do “Mundo de Tinta” é lida também pelos adultos. O que lhes atrai nos seus livros?

Isto, naturalmente, os leitores poderiam responder muito melhor, não é? Eu sou uma tradicional contadora de histórias. Eu registro em palavras e histórias o que me toca e expresso assim o que muitos sentem, pensam, amam ou odeiam. Além disso, eu me permito usar minha força de imaginação como um brinquedo muito divertido. Um brinquedo com o qual se reveste a realidade, libertando-se de suas regras. E é através disso, às vezes, que se pode vê-la de forma clara. Os adultos também gostam, pelo visto, de participar deste jogo.

Quase todos os seus livros narram mundos mágicos. O que a fascina tanto na literatura fantástica?

O fato de poder utilizar inteiramente livre o instrumento tão tipicamente humano que é a fantasia. Podemos dar asas aos cavalos e criar gigantes, entrar no enredo de um livro e nos fazer tão pequenos quanto formigas – que aventura! E em tudo isto, só brincamos com aquilo que o nosso mundo nos oferece, pois nós realmente não podemos imaginar algo que esteja inteiramente fora disto.

Apesar de todo o êxito de vendas, esse gênero não é levado a sério pelos críticos. Isto a irrita?

Não. Pois tenho muito prazer no que faço. Até mesmo me agrada trabalhar fora do setor literário consagrado. A gente se sente como a menina do conto de Hans Christian Andersen, que está à beira da calçada e grita: “Mas ele está completamente sem roupa”.

Que livros a senhora recomenda a seus filhos, à parte dos seus próprios?


Minha filha tem agora 18 anos e lê Dostoiévski e Tolstói. Meu filho não gosta de ler e ama muito mais o seu skateboard. Mas, por sorte, lê-se muito nas escolas americanas, de forma que está lendo agora, com muito prazer, “Animal Farm” e “War of the Worlds”. Eu lhe recomendaria sempre David Almond e Markus Zusak. Além disso, há ainda naturalmente “Krabat” e “Jim Knopf” etc. etc.…

Fonte: http://www.alemanja.org/index.php?option=com_content&task=view&id=758
acessado em 04.01.2010

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