"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Lá e de volta outra vez


“Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e úmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo; tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou que comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto.”

(O Hobbit – J.R.R. Tolkien)


As férias chegam e com elas as leituras... digamos... mais agradáveis. Bem, minha última postagem por aqui, se não me engano, foi sobre o encantador O Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien. Pois bem. Fiquei muito interessado na obra do autor e falo mais uma vez sobre um de seus livros. Desta vez, falarei sobre O Hobbit. Já adianto que me recuso a falar muito sobre este livro, visto que poucos conhecem sua história, pois poucos o leram. Além disso, existe um vindouro filme previsto já para 2010 sobre o livro. Não quero estragar as leituras de ninguém.

Prelúdio de O Senhor dos Anéis, O Hobbit é, no entanto, um livro infantil (ou assim é considerado). Trata-se de uma fábula, na qual um tranqüilo hobbit, Bilbo Bolseiro, um belo dia recebe em sua casa (sem esperar) uma visita de treze atrapalhados, rabugentos e divertidos anões, além do mago Gandalf, que o arrastam, contra sua vontade, para uma perigosa aventura para além de suas despensas. Coisa não muito boa para a reputação de um hobbit, de um povo normalmente avesso a aventuras. Nesta aventura, Bilbo surpreende-se consigo mesmo, com sua esperteza e capacidade de liderança, além de descobrir sua habilidade como ladrão, mas sem perder sua honra e sem deixar de desejar, todo o tempo, estar de volta à sua confortável toca (o que deixa o livro ainda mais divertido).

Aqui, Tolkien também nos apresenta um mundo grandioso e detalhado, repleto de interessantes e cativantes personagens (elementos que parecem umas de suas marcas registradas), embora não mencione nem uma vez o nome Terra Média presente em O Senhor dos Anéis. Parece que a famosa Trilogia do Anel foi pensada depois, com inacreditáveis pontos de ligação com a história do Sr. Bolseiro.

Como disse, o livro é considerado infantil. Contudo, é extenso e a narrativa é bastante densa (apesar de bastante didática e divertida), além de apresentar poucas figuras, o que me faz pensar que as crianças de 1937 (ano de publicação do livro) deviam ser diferentes das de hoje, devendo gostar muito mais de leituras. Também me faz pensar que a classificação “infantil” pode estar um pouco equivocada... que tal “infanto-juvenil”? Bem, o fato é que a história foi criada pelo autor para seus filhos antes de ser publicada, mas não se diz a idade que eles tinham. Enfim, isso não é tão importante.

Considerado coisa de “nerd” ou não, passei a apreciar muito a obra de Tolkien e já tenho outro de seus livros na fila. O Silmarillion, considerado a obra favorita do próprio autor, o que me deixa ainda mais curioso! Devo começá-la em breve, depois de algumas obrigações a cumprir e de um outro livro que me chamou a atenção antes.

Fecho com uma canção do Sr. Bolseiro (outra marca registrada de Tolkien):

Estradas sempre em frente vão,
Sob copas, sob pedras a passar,
Por cavernas sempre sem o sol,
Por rios que nunca vêem o mar:
Sobre a neve que o inverno semeia,
Pelas flores que junho cultua,
Sobre seixos, sobre o verde capim,
E sob as montanhas da lua.

Estradas sempre em frente vão
Sob nuvens e estrelas a passar,
Mas os pés que percorrem os caminhos
Um dia para casa vão voltar.
Olhos que fogo e espada conheceram
E em antros de pedra horror pungente,
Um dia verdes prados recontemplam
E as colinas e as matas de sua gente.

Um comentário:

  1. Como o senhor bem sabe, estou lendo este livro. Agradeço o suspense. =D
    Prometo terminar em tempo de vermos juntos o filme, apesar de não ter o costume de ver coisas da moda. (o que é em si outro tipo de moda)
    Bem, bem, concordo, bilbo bolseiro é hilariante e a história deveria ser lida por todos.
    Tolkien é uma leitura obrigatória em algum momenton da vida dos amantes de fantasia. =D

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