"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Enfim!


Depois de muito flertar, quase um ano de flerte, eis o livro cuja leitura inicío hoje.
=D Em breve conto para vocês o que pensei ao ler, por hora estou encantada com as pequenas ilustrações feitas pela própria autora.




domingo, 27 de setembro de 2009

Mitologia grega para os dias de hoje

Queridos Leitores,
fui convocada a postar no blog... então, resolvi escrever sobre uma série infanto-juvenil que adoro! Eu li hoje o terceiro livro dela e tenho os dois primeiros caso alguém se interesse. Como passatempo é divertidissima, pois tem uma linguagem fácil e ágil.
Bem, vou colocar o resumo explicando sobre os livros.

"Percy Jackson e os Olimpianos é uma série de livros juvenis de aventura escritos pelo autor Rick Riordan que começou a ser publicada em 2005 nos EUA e vem se tornando sucesso absoluto de crítica e venda. A série  parte de uma premissa interessante. O que aconteceria se os deuses gregos ainda estivessem vivos no mundo atual e com as mesmas características e vícios da Mitologia?
seaofmonsters painting 2 153x230 Percy Jackson e os Olimpianos, o verdadeiro sucessor de Harry PotterO livro nos apresenta um garoto chamado Perceu "Percy" Jackson que não se ajusta em nenhuma escola por ser considerado indisciplinado, hiper-ativo e disléxico. A história começa com ele aos 12 anos e prestes a ser expulso de sua sétima escola, ele mora com a mãe e o padrasto que odeia e não sabe quem é seu pai. De repente, sem nenhuma explicação lógica começa a ser perseguido por feras mitológicas e outras entidades da Mitologia Grega, tais como Fúrias, Parcas e o Minotauro."

Fonte: http://ambrosia.com.br/2009/01/30/percy-jackson-e-os-olimpianos-o-verdadeiro-sucessor-de-harry-potter/


sábado, 26 de setembro de 2009

Quem tem medo do Escuro?

Na Bienal eu comprei um livro sobre medos no geral e sobre um em particular, o escuro.
O título do post é também o título de um livro amado de quando eu era criança. Era uma coleção inteira. Quem tem medo de: Monstros, mar, bruxas, dragões, extraterrestres, dentista, fantasma, lobo, tempestade e por fim, um dos meus favoritos, escuro.
Se eu tinha medo do escuro? bem, a maior parte das crianças tem não é mesmo? 
Eu tinha menos medo do escuro do que eu tinha de ficar sozinha. Eu sempre acendia TODAS as luzes da casa quando estava sozinha. Inclusive da do quarto de empregada. (risos)
Dois ou três anos atrás eu tive medo do escuro de novo. Estava em viagem com a família em Atibaia - SP. Todo mundo sabia que tinha uma onça, ou algum bicho do genero, solta pelas redondezas. Eu vi as pegadas perto do lago. Estávamos em família e com alguns amigos, depois de brincarmos bastante, chegou a hora de irmos cada um para seus respectivos chalés ou apartamentos. Fui sozinha para o de minha família. Naquele escuro, com boato de onça e no meio das árvores, eu tive medo de novo.
Acho divertido ler histórias sobre medos. Devo admitir que comprei o livro simplesmente porque li Mia Couto na capa. Digo por fim que é um bela história. Para crianças e adultos. Eis então um trecho da lindíssima introdução feita por Mia.

"Não sei se alguém pode fazer livros para crianças. Na verdade, ninguém se apresenta como fazedor de livros "para" adultos. O que me encanta no acto da escrita é surpreender tanto a escrita como a língua em estado de infância. E lidar com o idioma como se ele estivesse ainda em fase de construção, do mesmo modo que uma criança converte o mundo inteiro num brinquedo. Eu penso assim, e por todas estas razões, nunca acreditei que, um dia, eu escreveria uma história que iria constar num livro infantil. Mas sucedeu assim. À força de contar histórias para meus filhos adormecerem, inventei uma convicção para mim mesmo e acredito que invento histórias para que a Terra inteira adormeça e sonhe. O escritor traria, assim, o planeta ao colo. (...)"
(Mia COUTO. Livro Infantil in: o Gato e o Escuro.)


Ps. Como diria Eunícia em comentário antigo e Mia Couto no livro em questão, não é preciso temer...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Luana

Clarice Lispector para Luana, leitora amiga.

"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."

=D obrigada pela sua alegria Luaninha, que sempre nos alegra tão grandemente.
Feliz Aniversário.

Bienal...

Sobre a Bienal?
Bem eu fui. Duas vezes e me diverti em ambas.
Primeiro fui em um sábado, estaca lotada e quase impossível era percorrer aqueles corredores abarrotados de gente no Riocentro. Ziraldo esteve lá, assim como Maurício de Souza, duas figuras importantes da minha infância. Ziraldo escreveu o primeiro livro sério que li (sério?! hahahahah), melhor dizer que o primeiro livro com mais texto, lido na primeira série, hoje segundo ano.  O Joelho Juvenal. Maurício tem me acompanhado desde sempre com suas revistinhas. No início eu só via as figuras, depois comecei a ler alguns balões. Por fim meu pai fez uma assinatura da 'Turma da Monica'. Então eu esperarva, esperava e esperava. Quando batiam na porta eu corria e não deixava nem as revistinhas chegarem  no meu quarto, lia no silêncio com meu amigo, o sofá da sala. (=D)
Não entrei na fila dos autógrafos, queria deixar que as crianças usufruissem do que eu mesma tive quando criança. Na segunda vez fui com a Roberta e com a Isadora. Tive outras oportunidades belas, como por exemplo, mostrar o livro de onde tirei o poema 'Isadora'. Além disso, a Bienal estava vazia, então pude comprar outras coisas que não tinha visto. Por exemplo, um livro infantil escrito por Mia Couto.
Como estava com uma leitora mirin, entrei na famosa floresta das palavras. Foi excelente.
Na Bienal eu encontrei novos e baratos livros do Monteiro Lobato. Comprei vários. Quando era criança eu queria ter a coleção toda. Meus sobrinhos e possíveis filhos a terão. Por enquanto tento contar as estórias para minha quase prima Maria Eduarda que com seus seis anos corre, pula pela casa e brinca nos meus ombros. Obviamente fracasso, mas quando ela quiser, a coleção estará aqui.
Ainda tem dois dias de Bienal, vá!
E domingo, Miguel Sousa Tavares estará lá!

Fotos:
Esse era para ser um post com fotos. Tirei foto da Bienal, do Maurício, da floresta.
Mas um ninja conseguiu apagar todas as fotos da máquina quando eu emprestei para que ele tirasse uma foto. =D (Socorro!!!)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Poesia?

“(Clarice Lispector para Vinícius de Moraes)
- Quero lhe pedir um favor: faça um poema agora mesmo. Tenho certeza de que não será banal. Se você quiser Menestrel, fale seu poema.

- Meu poema é em duas linhas: você escreve uma palavra embaixo e outra em cima porque é um verso.
É Assim:

Clarice
Lispector
- Acho lindo teu nome Clarice.”

(Clarice Lispector entrevistando Vinícius de Moraes. LISPECTOR, Clarice. Vinícius de Moraes in: de corpo inteiro.)

Eu nunca escrevi diários, agenda ou caderninhos. Nesse aspecto sempre fui muito diferente das minhas poucas amigas adolescentes ou pré-adolescentes. Na verdade eu devo admitir que sempre tive dificuldade de confiar, especialmente em mulheres. Minhas grandes amizades de adolescência, pré-adolescência e infância foram, durante algum tempo, apenas dois meninos que disputavam minha atenção e o posto de ‘melhor amigo’, e uma menina com a qual brincava de barbie, lego e casinha é claro. Tomei gosto pela escrita de outra forma. Eu falo sobre o tempo, faço piada, brinco com os outros, mas falar sobre o que sinto é uma dificuldade que carrego desde que consigo lembrar. Então eu descobri a escrita. Excelente terapia que alivia o stress enquanto eu escrevo bobagens absurdas que nunca serão lidas,  e outras que serão postadas em um blog não visitado. Minha (quase única) grande amizade feminina da adolescência lia meus textos exaustivamente e os corrigia atentamente. Isso pode ser uma enorme tortura quando a autora não sabe posicionar vírgulas, usar “porque” ou crase. Na época eu odiava português e tinha feito questão de esquecer tudo que minhas professoras malucas tinham tentando colocar na minha cabeça. Hoje a amiga faz letras e eu aprendi muita coisa em nossa longa trajetória de amizade. Volta e meia eu envio um texto para ser avaliado. Mesmo que hoje ela encontre apenas alguns pequenos e poucos erros em minha escrita, sinto falta sempre dos comentários dela.
Quando eu aprendi a amar a língua portuguesa no meu primeiro ano e superei o trauma ‘Machado de Assis’ no terceiro, juntei coragem e mostrei alguns dos meus escritos para a professora. Um deles foi publicado entre as melhores redações do colégio e eu tive direito até a uma tarde de autógrafos. Entretanto, sou incapaz de escrever sonetos. É uma doença crônica gravíssima. Também por isso, nunca consegui entender o que era aquilo que eu escrevia.
- Eu não sei o que eu escrevo professora, eu só escrevo – Eu disse isso para minha professora e ela sorriu, respondeu com naturalidade – Isso é prosa poética, é o que a Clarice Lispector faz. Leia algo dela.
Imediatamente devorei ‘A Hora da estrela’, depois li outros e ainda estou perseguindo essa mulher graças ao sorriso da minha querida professora. Enquanto tantos ficavam desesperados quando encontravam Clarice no vestibular, eu ficava alegre. Era como reencontrar uma grande amiga. Sem etiquetas, esperas ou cobranças, tinha comigo apenas a felicidade de passar com ela alguns momentos. No meio de 2009 e sua bagunça eu descobri Mia Couto. Prosa poética ou poesia em prosa? - perguntaram para ele. Não me importa, o que me interessa é ser inundada por palavras cheias de beleza, sentidos e sorrisos. Importa-me sorrir enquanto leio, mesmo que seja um riso em meio ao triste ou trágico, gosto de sentir.
Encontrar Mia Couto e sua escrita foi um belo retorno a uma verdade tão gostosa que me foi ensinada por Clarice: Poesia é sentir e escrever vivências, e assim como a existência, não tem grandes protocolos. Esbarro então com a palavra grega poiesis, onde arte é criar e todo fruto das mãos e da mente humana pode ser uma poesia. E sorrio com o Mia Couto em uma das mãos, Clarice na outra e as palavras borbulhando na tela do computador. Poesia é uma simples forma de ler e sentir a vida.