"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O amor 'voador'

Quando falei de FRAGMENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO de Roland Barthes no encontro do grupo hoje, indicava os desdobramentos das instâncias amorosas entre dois seres humanos, mas metáforas são possíveis e amamos animais, objetos e entre eles, os livros. Há ainda o amor a autores, que compõe de modo singular o amor a uma pessoa que muitas vezes não conhecemos e a idéia de 'pessoa' mistura-se a situações objetais (o autor como coisa amad).

Enfim, lembrei que Barthes diz um pouco sobre o sentimento que temos quando vemos o objeto amado ameaçado de algum modo. No seu pequeno 'dicionário' do amor, ele trata da Compaixão. Segue o verbete de abertura:

"O sujeito experimenta um sentimento de violenta compaixão em relação ao objeto amado, cada vez que o vê, o sente ou o sabe infeliz ou ameaçado, por esta ou aquela razão, exterior à relação amorosa ela mesma"

Lembrem da 'violência' da voadora... Agnes ama o Ilmar (não apenas ela, mas provavelmente meio mundo dos historiadores e certamente todos os que o conhecem) e Agnes ama o conhecimento, o saber que emanam das palavras do Ilmar, assim, o ataque à obra promove a compaixão que envolve a necessidade de responder em lugar de... Afinal, a amiga pode gostar ou desgostar do Ilmar ou de O Tempo Saquarema, cabendo a ele - pessoa ou autor - responder a esse desamor, mas Agnes quer dar uma voadora...

Para Barthes, Agnes ama.
:)

2 comentários:

  1. agendei a leitura do livro recomendado para as férias.
    Para Agnes, Agnes ama. =D
    e a voadora só não saiu porque eu sou muito controlada (e minha amiga tava do outro lado do balcão.)

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