"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O amor pela poesia...


Estou preparando um post sobre o livro que estou lendo no momento. No entanto, o post da Luaninha me fez pensar. Fiquei me perguntando quando foi que eu me apaixonei por poesia. Claro que eu sempre amei ler (já deixei isso claro em outra postagem), mas eu falo daquele momento, aquele estalar da mente. Não quando encontramos a poesia, mas quando ela nos encontra.

Amo Vinicius de Moraes. Tenho amigos que pensam até que ele é o meu favorito, todavia, o meu coração foi despertado por outro e a paixão pela poesia nasceu em uma aula de Filosofia.

Eis o texto que embala até hoje meu amor eterno por poesias novas, antigas, dramáticas, rimadas, sem métrica. Todos os tipos. Vejam também quem é o autor, meu verdadeiro favorito. Não por ter sido o primeiro, mas porque poucas coisas me alegram tanto quanto ler e reler seus escritos.


"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar... "

(PESSOA, Fernando In: Poesia Completa de Alberto Caeiro. São Paulo: Companhia de Bolso.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário